Ex-integrantes da Dogma lançam Vindicta ao lado de um dos criadores originais do projeto

Projeto reúne Grace Jane, Patri Grief e Aveya ao criador original Alvaro Rabaquino e marca ruptura definitiva com o passado

Crédito foto: Sidney Oss Emer | oSubsolo


Após semanas de denúncias públicas, acusações de manipulação, crise interna e colapso de imagem, o universo em torno da banda Dogma ganha um novo e decisivo capítulo. As três últimas integrantes que romperam com o projeto —  Lilith (Grace Jane), Lamia (Aveya) e Rusalka (Patri Grief) — anunciaram oficialmente a criação de um novo grupo: Vindicta.


O projeto nasce em parceria com Alvaro Rabaquino, conhecido como The Dark Messiah, compositor, produtor e cofundador da Dogma, que até então permanecia em silêncio. O lançamento do primeiro single, “The Face of the Clown”, já está disponível nas plataformas digitais e carrega não apenas peso musical, mas também uma mensagem simbólica direta contra a antiga administração.


Visualmente, a arte do single reforça a ruptura: a imagem de figuras extremamente similares às personagens vivenciadas pelas membros anteriormente, em ritual violento, representa, de forma nada sutil, a ideia de sacrifício, traição e quebra de fachada — em clara alusão ao colapso do projeto original. A própria letra e construção da música trazem camadas interpretativas que apontam para o rompimento com a gestão anterior, agora sob forma de denúncia artística.


Musicalmente, a faixa dialoga diretamente com a sonoridade clássica da Dogma original. Há inclusive samples, linhas melódicas e pequenos trechos reconhecíveis de músicas da fase inicial da banda, utilizados como ecos do passado ressignificados dentro de um novo contexto.


Confira abaixo:

O anúncio da Vindicta ocorre semanas após a divulgação da carta aberta das ex-integrantes da Dogma, incluindo membros da "primeira geração" que acusaram o antigo gestor de controle unilateral, exploração, mentiras aos fãs, substituições estratégicas de integrantes e até apresentações com vocais e guitarras pré-gravados. Diante da repercussão, a Dogma divulgou um posicionamento oficial tratando as dissidentes como “ex-integrantes não originais” e reforçando que o projeto “é maior do que qualquer indivíduo”. Confira abaixo a tradução na íntegra do comunicado:


Comunicado Oficial da Dogma


Estamos cientes das recentes declarações feitas online por algumas ex-integrantes não originais da Dogma. Embora respeitemos todos que contribuíram para a nossa trajetória, queremos deixar claro que a Dogma sempre foi e sempre continuará sendo muito maior do que qualquer indivíduo.


A Dogma foi fundada sobre os princípios da criatividade, colaboração e evolução. Como em qualquer projeto artístico, a mudança faz parte do nosso crescimento. Cada integrante, passado ou presente, deixou uma marca que ajudou a moldar quem somos hoje, mas a visão e a música da Dogma continuam avançando por meio da dedicação da equipe atual e do apoio de nossos fãs.


Somos gratos pelo tempo, energia e momentos que cada integrante compartilhou com a Dogma. Cada contribuição, grande ou pequena, tornou-se parte dessa jornada e sempre será apreciada e valorizada.

Permanecemos totalmente comprometidos com os valores que definem a Dogma: autenticidade, liberdade de expressão e conexão por meio da arte. Nosso foco é, e sempre será, a música, a mensagem e a comunidade que tornaram este projeto o que ele é.


Agradecemos a todos que continuam acreditando na Dogma e no que representamos, pois a Dogma nunca foi sobre quem somos, mas sobre o que VOCÊ escolhe se tornar.”


Clique aqui e acesse a publicação original.

Agora, um novo desfecho se fez, com o silêncio de um dos criadores originais do projeto sendo quebrado. Alvaro Rabaquino, o The Dark Messiah, veio a público pela primeira vez para se desvincular completamente da atual estrutura da Dogma, acusar a gestão de apropriação do projeto e anunciar oficialmente sua aliança com Grace Jane, Patri Grief  e Aveya  no surgimento da nova banda Vindicta. A seguir, a tradução integral do comunicado do músico.


Acesse a publicação original clicando aqui.


Comunicado Oficial — Tradução na Íntegra


“The Dark Messiah — Comunicado Oficial

 Data: 3 de dezembro de 2025

 Emitido por: Alvaro Rabaquino
Criador oficial, compositor e diretor artístico.
Cofundador do projeto original DOGMA.
Também conhecido como: The Dark Messiah


Isso não é mais DOGMA.


Por mais de um ano, assisti em silêncio enquanto o projeto que cofundei era transformado em algo que eu não reconheço artisticamente, eticamente ou humanamente.


Deixem-me ser absolutamente claro:
Não tenho qualquer envolvimento artístico, comercial ou ético com a versão da “Dogma” que atualmente está em turnê sob esse nome.


A Dogma começou como um projeto criado por três parceiros: eu mesmo, meu irmão Federico Rabaquino e Ian Di Leo.


Eu escrevi a música, as letras, gravei múltiplos instrumentos e liderei toda a produção musical.
Federico contribuiu como compositor, músico e produtor executivo, apoiando a direção criativa, os arranjos e o processo de gravação desde o início.


O papel de Ian sempre foi gestão e negócios.


Seu registro posterior como “coautor” das músicas, sob o nome artístico “The Light Messiah”, refletiu um acordo interno da época, não composição ou produção musical real. Ele não é músico e não escreveu, arranjou ou produziu o material.


Antes da Dogma, eu já havia construído uma carreira como compositor e produtor, inclusive escrevendo músicas e letras para um projeto feminino cujo público sempre elogiou as canções.


Para Ian, a Dogma foi a primeira tentativa de se posicionar como “criador” na música, apesar de nunca ter composto ou produzido nada. Essa distinção importa.


Embora eu tenha escrito toda a música e as letras, grande parte da direção temática foi influenciada por uma única voz externa, que não refletia a perspectiva, experiência ou identidade das mulheres no palco. Com o tempo, esse descompasso se tornou evidente para muitos fãs, que passaram a sentir que as letras carregavam um olhar masculino enquanto o projeto era vendido como “empoderamento feminino”.


A narrativa estava sendo moldada por alguém que não era músico, não era escritor e não era uma mulher — alguém fora da experiência musical, criativa e vivida das intérpretes — e essa dissonância se tornou impossível de ignorar.


Em setembro de 2024, sem acordo prévio e contra o espírito da nossa parceria, Ian tentou registrar a marca Dogma em seu próprio nome. Assumiu controle unilateral das redes sociais, comunicações e finanças, levou a banda em turnê, arrecadou pagamentos e tomou todas as decisões, apesar das minhas objeções expressas e sem minha participação ou consentimento como cofundador.


Após ver meus direitos como parceiro serem violados e qualquer confiança остат destruída, rompi todos os vínculos e levei o conflito para as vias legais.


Desde então, não autorizei, supervisei ou endossei nenhuma das decisões tomadas sob seu controle. Todas as questões operacionais, financeiras e públicas passaram a ser inteiramente responsabilidade dele e de sua empresa individual, a IDL Entertainment.


Quando as pessoas hoje falam em “gestão da Dogma” nos recentes escândalos, elas não estão se referindo a um comitê abstrato.


Estão se referindo a ele.


O que se seguiu é de conhecimento público: constantes trocas de integrantes, shows promovidos com um grupo e executados por outro, apresentações com playback, adiamentos, turnês canceladas e relatos de maus-tratos, detenções e problemas de imigração durante turnês internacionais.


Cada fragmento de caos que vocês viram desde então veio dessa mesma “gestão”, não das pessoas que criaram a música.


Enquanto a Dogma continuava a aparecer em pôsteres e palcos, eu assistia de casa alguém viver o sonho que eu havia construído. Não recebi nada pelo trabalho que criei, e os conflitos legais drenaram o tempo e a energia que eu deveria ter investido em fazer música.


Investi seis anos da minha vida, meu dinheiro e minha energia criativa na construção deste projeto desde o zero. Sob o controle dele, esse investimento jamais foi recuperado, e valores substanciais foram arrecadados em nome da Dogma enquanto o principal compositor e produtor, eu, não recebeu nada.


O que desapareceu não foi apenas o dinheiro, mas o próprio projeto que eu criei.


A Dogma que vocês conheceram — as músicas, o som, as apresentações que pareciam reais — já não existe sob esse nome.


O que é vendido hoje é uma casca vazia construída sobre nosso trabalho, sem a equipe criativa original e contra os valores que o projeto dizia representar.


Nos últimos dias, várias das artistas que deram voz a essas músicas se pronunciaram. Seus testemunhos correspondem ao que eu vivi sob outro ângulo: a Dogma foi tomada de seus criadores, despida de sua identidade e redirecionada para servir à agenda de um único homem, distante da música e distante da verdade.

Não peço que ninguém ataque ou persiga ninguém online. Isso não ajuda ninguém.


Peço que vocês se informem, escutem com atenção e apoiem os verdadeiros artistas.

Não estou aqui para alimentar drama.


Estou aqui para assumir responsabilidade pelo que crio e para oferecer uma saída dessa narrativa fabricada.

Agora, junto de Grace, Amber e Patri — as intérpretes originais que escolheram se afastar desse caos — retomamos aquilo que sempre nos pertenceu.


Hoje, damos a isso seu verdadeiro nome:
VINDICTA.


Elas continuarão a apresentar as músicas que criamos, e juntos daremos vida a novas canções.


A primeira página deste novo capítulo, “The Face of the Clown”, já está disponível em todas as plataformas.


Apoiem os verdadeiros artistas por trás dessa história seguindo os canais oficiais abaixo.


Não sigam o ruído.


Sigam as vozes que pagaram o preço por dizer a verdade.


O espírito do projeto com o qual vocês se conectaram está vivo.


E hoje, ele existe sob seu nome legítimo:


VINDICTA.

— Alvaro Rabaquino
The Dark Messiah
Criador oficial, compositor e diretor artístico
Cofundador do projeto original DOGMA”

Com a criação da Vindicta, o conflito deixa definitivamente o campo dos bastidores e passa para o terreno artístico, jurídico e simbólico. A nova banda surge como contestação direta. Até o momento, Dogma não tornou a se posicionar frente às novas acusações. O projeto, que se apresentou pela primeira vez no Brasil no ano passado, no Odin’s Krieger Fest  (2024) e este ano, no Bangers Open Air  (2025), com shows ainda de apoio a Fábio Lione, em algumas de suas datas pelo Brasil.


E novamente, como dissemos anteriormente, o episódio expõe um dilema recorrente na indústria musical: quando o conceito ultrapassa os criadores, onde termina a arte e começa o produto?

vindicta